quarta-feira, 28 de abril de 2010

Era dourada do ninjutsu:



 

No fim do período Heian, em 1185, o enfraquecimento do governo central japonês foi tal que gerou constantes conflitos entre senhores feudais e líderes religiosos disputando o poder e criando o perfeito cenário para o uso de espiões e assassinos para eliminar adversários políticos. Assim raiou uma era de convulsão política chamada Período Kamakura (1192-133), também conhecida como a era dourada do ninjutsu. A ditadura militar chamada “Shogunato” nasceu durante este período, sendo o imperador mera figura decorativa para o país. Junto com o Shogunato, o guerreiro samurai ascendeu ao poder assim como sua religião, o Zen Budismo que fixou o alicerce da cultura samurai. Contudo os samurais e os ninjas estavam em extremos opostos da balança, pois a utilização de agentes ninjas com seus talentos especiais, bem conhecidas por alguns daimyo (senhores feudais) parecia ser a solução ideal para estes se livrarem de seus oponentes. Governando suas áreas e fazendo suas próprias leis, os senhores feudais deixavam seus postos para irem à guerra, deixando seus fiéis samurais assegurando o cumprimento de suas ordens. Devido à demanda de informações sobre movimentos de tropas, o uso de espiões ninjas tornou-se lugar comum, pois suas táticas resultavam na informação certa ao ouvido certo.
Logo os senhores feudais descobriram que um ou dois agentes ninjas além de barato colhiam mais informações do que um exército inteiro de samurais. Sob a proteção da escuridão ou disfarçados de sacerdotes, eles moviam-se livremente pelas fortalezas do inimigo reunindo informações sobre tudo. Num curto espaço de tempo, os ninias se tornaram essenciais para o serviço de inteligência e logo progrediram para o assassinato.

Nascimento do Guerreiro das Sombras:

Vários generais imaginavam que se um agente ninja penetrasse fundo nas linhas inimigas, tendo acesso ao acampamento ou castelo, e matasse em silêncio o comandante do exército, deixando aquele adversário sem líder, ele seria vencido sem jamais confrontar-se num campo de batalha e resultaria em grande economia tanto financeira como em vidas humanas. Assim nasceu o assassino da noite ninja, o guerreiro das sombras. Na era dourada do ninjutsu, os clãs ninjas floresceram em cerca de 70 escolas de setores (ryu), cujas principais fortalezas centravam-se na área das províncias de Iga e Koga. Conhecidos como shinobi, cada clã praticava uma especialidade de espionagem e uso de certo armamento que eles mantinham em segredo e transmitiam através de gerações só aos membros de sua própria família. Por exemplo, o koppojutsu, uma técnica de quebrar ossos era a favorita do clã Koto. A família Fudo desenvolveu um implemento de arremesso em forma de estrela chamado shuriken. A espionagem em escala elaborada era a marca do clã Kusonoki e o grande clã Togakure adotou a shuko e tetsubishi (garras de escalar e apoio de escalar para os pés). Em Iga, as duas maiores famílias, Hattori e Oe governavam conjunta- mente, enquanto em Koga governavam os clãs Mochizuki, Ukai e Nakai. Pelo século XIV, tendo crescido em grande número, tornaram-se grandes adversários do governo, O próprio nome ninja começou a por medo nos corações da aristocracia, pois eles surgiam em massa e assassinavam o daimyo que estivesse contra eles derrotando seus exércitos com facilidade. A disputa pelo poder entre famílias de nobres e samurais no governo da família Ashikaga, levou o Japão a uma inevitável guerra civil em 1500. Os próximos cem anos viram os clãs ninjas infiltrarem-se em todas as áreas econômicas e do governo.

Medo na Alma:

O maior temor de Nobunaga era dos clãs ninjas. A lenda conta que quando jovem numa caçada pela remota região de Iga, a terra central dos ninjas, seu cavalo o atirou ao chão. Na assustadora quietude da floresta envolta em neblina, ele sentiu um medo que se enraizou bem no íntimo de sua alma. Naquele instante, ele sentiu-se totalmente desprotegido e à mercê dos mitos e fábulas dos temidos guerreiros sem rosto da noite que pareciam bem visíveis sem haver ninguém por perto. Montando novamente, ele partiu em disparada levando consigo este medo fantasmagórico. Anos mais tarde, ainda perturba do por esta experiência, Nobunaga chamou seu filho para liderar um exército em Iga e eliminar os clãs ninjas. Em 1579, sob sua liderança, um vasto exército de samurais atacou os ninjas que devido às suas inteligentes táticas estratégicas e manobras de guerrilha, causaram enormes perdas às forças de Katsuyori, pois embora em número inferior, suas habilidades da arte guerreira derrotaram as forças invasoras que bateram em retirada.

Matança dos ninja:

Em 1581, Nobunaga comandou pessoalmente um exército de 46.000 homens, num esforço final para eliminar de uma vez por todas os temidos assassinos negros. Saturando o interior de Iga de samurais, os exércitos de Nobunaga que incluía até hábeis mosqueteiros, superou clãs ninjas de dez para um e desta vez foram vitoriosos. As ordens de Nobunaga eram matar a todos e as perdas de homens, mulheres e crianças foram deprimentes. Refugiando-se no interior das montanhas, os poucos remanescentes se reuniram e se iniciou o lento processo de treinamento de novos guerreiros nas habilidades ninjas; mas o apogeu dos outrora poderosos ninjas chegou ao fim. Após o assassinato de Nobunaga, atribuído a um grupo isolado de ninjas em retaliação pela matança de suas famílias, dois generais disputavam a liderança. Hideyoshi Toyotomi, o favorito de Nobunaga assumiu o poder e um dos seus primeiros decretos foi a proibição aos camponeses de possuir ou portar armas. Ao contrário de Nobunaga, Hideyoshi começou uma campanha de perseguição aos cristãos e os massacrou aos milhares, pois ele via a interferência e influência estrangeiras (mais do ocidente) como contraproducente ao seu objetivo de unificação do Japão.

Retribuindo um favor vital:

Enquanto isto, o segundo general favorito de Nobunaga, Tokugawa e Ieyasu, fora designado para um castelo no leste do país. Tendo que viajar pelas traiçoeiras passagens montanhosas de lga, para chegar ao seu posto, numa mudança estratégica, ele abordou Hanzo Hattori para guia e proteção em troca de futuros favores. Hattori concordou pois via nisto a chance de ganhar poder. Então enviou ordens aos ninjas de Iga e Koga para não molestar a caravana de leyasu, pois ele mesmo a conduziria. Assim, Ieyasu teve passagem segura. Um ano mais tarde, Hideyoshi percebeu que com o massacre dos cristãos ele tinha criado quase uma casta militar no país, causando a ascensão ao poder dos samurais. A proibição de porte e posse de armas tinha causado revoltas, tornando a cobrança de impostos muito difícil e interferiu nos planos de expansão do grande general que morreu em 1598. Seu sucessor, Tokugawa Ieyasu, para sufocar as rebeliões e submeter os daimyos, precisava de uma vasta rede de espionagem, para informá-lo do que ocorria no país. Os ninjas de Iga começaram uma enorme operação, infiltrando-se nos castelos e fortes, reportando notícias a Ieyasu sobre nobres dissidentes. Ao receber a retribuição ao favor feito a Hideyoshi, Hanzo Hattori foi elevado aos mais altos escalões do poder no governo.

Paz e a perda do poder ninja:

Usando os agentes ninjas com eficiência, Ieyasu reduziu a insurreição a zero. Durante este período, os guerreiros da sombra espionavam e realizavam assassinatos contra senhores feudais rebeldes. Em 1603, Ieyasu tornou-se shogun em Edo e uma série de decretos tiveram dramáticos efeitos sobre o Japão, levando ironicamente à morte dos ninjas como força poderosa. Conhecido na história como Shogunato Tokugawa, neste período, Ieyasu bloqueou o comércio anterior com o ocidente e fechou o país aos estrangeiros. A não ser um pequeno posto de comércio em Nagasaki que operava com os holandeses, todos os portos foram fechados. Com a divisão do país em 250 feudos, por ordem de Ieyasu, cada um era governa do por um senhor supremo que devia passar um mês por ano na Capital em Edo, para reduzir a chance de conspiração. Isolado do mundo, nos próximos 260 anos, pela primeira vez em séculos, a ordem civil foi restaurada e a unificação do país restabeleceu a paz. Infelizmente para os ninjas, esta paz selou seu fim como força dominadora. Permanecendo como shogun para proteger o shogunato, Hanzo Hattori organizou seus ninjas num sistema de policia secreta e espionagem para informar Tokugawa sobre dissidentes e agitadores políticos antes de se tornarem uma ameaça. Mas com a paz, os mortais ninjas temidos durante quase dez séculos pelo Japão, tornaram-se pouco mais que jardineiros e guardas de segurança e suas habilidades declinaram junto com sua arte. Muitos ninjas integraram-se à comunidade exercendo funções conforme suas habilidades, outros dedicaram-se à agricultura, renunciando às suas habilidades guerreiras. Os poucos ninjas não integrados à vida civil vagavam pelas altas montanhas perseguindo práticas religiosas. Conseqüentemente, as organizações ninjas se desfizeram – ou assim pensavam muitas pessoas. Alguns pequenos grupos foram para a clandestinidade para praticar suas habilidades, passando a cada geração os modos e métodos do NINJUTSU...

Treinamento:

Em termos históricos, o shinobi ou guerreiro Ninja herdava sua profissão ao nascer. O jovem ninja começava sua aprendizagem nas artes de operações secretas e destruição quase desde o berço. Desde tenra infância, as crianças das famílias ninja eram condicionadas a ficarem constantemente alertas para tudo em redor delas, sendo as leis da natureza suas companheiras permanentes. Por estarem sintonizadas com os eventos, e fenômenos naturais uma grande compreensão dos elementos podia ser desenvolvida. Este conhecimento podia então ser posto em prática para efetuar, quer uma tática de fuga ou evasão, ou uma arma psicológica contra um simples eclipse solar, como alguma forma de estar atento ao mal dos kami (deuses).

Desde jovem:

Por volta dos cinco anos de idade, os jogos das crianças ninjas eram canalizados em torno de sérios exercícios de treinamento. As habilidades de uma criança eram cuidadosamente observadas e então testadas para ver se elas tinham quaisquer dons inatos ou traços especiais. Aquelas com talento eram educados para afiar suas habilidades inatas a proporções quase épicas, semelhante aos atletas soviéticos que são levados numa tenra idade a rigorosos treinamentos durante anos para atingir o ápice de desempenhos olímpicos. Todos os jogos da infância ninja acentuavam pontos de treinamento sutis que embora não evidentes de imediato, provariam ser mais importantes numa época posterior de suas vidas. Jogos que encorajavam equilíbrio e agilidade estavam no topo da lista. Correr subindo em rampas inclinadas e saltar sobre arbustos baixos, ou dependurar-se em galhos de árvores pelos braços durante horas a fio, ensinava-os o sentimento da dor e ao mesmo tempo como manter um forte sentido de auto-disciplina ao não se soltarem. Nos acampamentos ninjas que se assemelhavam a pequenas aldeias, experts ficavam à mão em toda habilidade concebível para ensinar e treinar crianças ninjas. Estes instrutores teriam sido provavelmente guerreiros de campo que numa época ou outra tinham se ferido ou sidos mutilados durante uma missão e, contudo sobreviveram. Todas as manhãs e à noite, os músculos jovens das crianças embora ainda apenas cartilagens eram treinados pelos experts com massagens para manter seus ossos e articulações flexíveis. Isto era feito para que na vida mais tarde, fora do campo numa missão, caso fossem capturados e amarra dos, um simples deslocamento do membro agiria numa liberação imediata e fuga para a liberdade. A massagem nos países do oriente, especialmente no Japão tem geralmente sido de domínio das mulheres. Assim, é mais do que provável que as mulheres ninjas, conhecidas como kunoichi fossem as que realizavam esta tarefa.

Liberdade para treinar:

Há cada ano na vida de uma criança ninja alguma outra habilidade era acrescentada ao seu repertório já grandemente expandido de técnicas. E difícil para nós no ocidente concebermos o contínuo programa de treinamento de um ninja através dos séculos. De manhã, ao meio-dia e também noite à dentro, as crianças ninjas treinavam num esforço de chegar tão próximo da máxima perfeição quanto possível. Para tentarmos entender o pensamento por trás deste intensivo regime de treinamento, nós devemos lembrar-nos dos tempos em que os ninjas viveram. O Japão feudal estava oprimido e o Governo ditava tudo. A não ser os de nascimento nobre, o japonês comum só podia esperar uma existência com trabalhos pesados e austeridade. A vida era barata e a mais leve afronta a qualquer um de condição mais elevada em que você nasceu podia significar a morte instantânea. Examinando nestes termos, talvez a vida do ninja não fosse tão ruim como a de seus oponentes, os fazendeiros que trabalhavam nos campos de sol a sol. Pelo menos o ninja tinha a liberdade das florestas e montanhas, com toda a segurança de pertencer a uma unidade familiar.
Um exercício clássico de treina mento para crianças ninjas, visava o desenvolvimento de sua energia e que produzia a habilidade de correr rapidamente, era a viagem veloz. Isto envolvia o uso de um chapéu de palha que era colocado no peito da criança quando o jovem ninja começava a correr. Se ele pudesse manter o chapéu pressionado firmemente contra seu peito pela força do vento apenas, através da corrida muito rápida, então isto era satisfatório para seus professores para avançar o jovem ninja a um nível mais elevado de treinamento.
O agente ninja tinha que ser um corredor superior, não apenas para iludir perseguidores, mas também para levar importantes relatórios de inteligência que eles tinham reunido, aos seus superiores. Deve-se destacar que no Japão feudal, os cavalos não estavam livremente disponíveis; apenas os nobres e militares de graduação elevada eram vistos a cavalo. Um cavaleiro montado além dos outros dois tipos mencionados provavelmente atrairia a atenção sobre si e isto é a última coisa que um agente ninja queria fazer. Pernas boas e fortes e energia ilimitada dariam ao agente de campo finja uma saída eficiente em retirada. Diz-se que um ninja podia correr mais de 50 milhas sem parar num dia. Isto pode parecer uma façanha espantosa, mas tenha em mente que é apenas duas vezes a distância de uma maratona moderna e muitas pessoas não acham dificuldade nisto. Acrescente ainda a isto o fato de que se os ninjas treinavam durante cerca de 18 anos para realizar suas muitas façanhas e seus feitos a 50 milhas por dia, não parece desanimador demais ou inacreditável.

Ninjutsu - O guerreiro:

O condicionamento e treinamento constantes do corpo levaram o guerreiro ninja ao apogeu de forma física e resistência e é fácil entender porque o simples pessoal do campo pensava que estes guerreiros da sombra fossem quase super homens. Treinamento diário constante sem descanso, dieta suspensa e cuidadosamente monitorada, treinamento expert em habilidades de combate armado e desarmado, residindo na segurança de uma unidade familiar durante seus anos formativos e vivendo continuamente para ser um com os elementos próximos à natureza, eram os ingredientes para produzir uma raça de super homens. As habilidades e poderes finalmente aguçados do ninja, o capacitava para se esgueirar através de aberturas quase impossíveis, suter sua respiração por longo períodos sob a água, nadar vastas distâncias a alta velocidade e mergulhar de grandes alturas de topos de rochedos. Lagos na montanha eram onde os jovens estudantes ninja aprendiam todos os truques necessários para conseguirem entrar num castelo a fim de realizar suas missões. Eles eram treinados para mover-se através da água silenciosamente com escasso ruído à vista. Os jovens ninjas também praticavam combate com e sem armas na água. As técnicas de fuga na água tornaram-se apenas uma outra especialidade no arsenal de habilidades adquiridas pelos ninjas. Um ninja sabia exatamente a que profundidade ele devia nadar embaixo d’água para evitar as setas de seus perseguidores e em anos mais tarde as balas dos mosquetes de infantaria. Respiração e controle de respiração, que os ninjas tinham aprendido desde a infância, eram provavelmente baseadas nos sistemas de yoga hindus. Parece provável que os métodos vieram para o Japão via China, trazidos pelos místicos taoistas que passaram toda a sua vida experimentando elaboradas técnicas respiratórias em busca da imortalidade. Para um ninja, a habilidade de suprimir a sua capacidade de respirar era útil de muitas maneiras. Por exemplo, quando um ninja se escondia, especialmente perto de uma posição ocupa da pelo inimigo, o mais leve som, se detectado, bem podia ser o último. Se os cães dos soldados estivessem perto até inspirar e expirar o ar podiam ser fatais. Muitas estórias abundam no folclore japonês sobre como os ninjas escapavam usando o seu método de respiração leve para fingir-se de morto. Alguns ninjas até reduziam sua respiração entrando num transe hipnótico do tipo yoga.

Vigilância e a sobrevivência :

Através de todo o treinamento ninja, um constante que permanecia predominante era a necessidade de ganhar “afiação”. Pois tendo sempre um grande conhecimento do inimigo e suas capacidades, o ninja podia re tornar ao seu treinamento e manejar cada situação com uma série de procedimento e ação. O ninja de campo vivia de seus talentos e estava constantemente alerta dentro de seu meio-ambiente. Conseqüentemente, todos os acontecimentos diários que a maioria das pessoas apenas consideravam reais podiam significar uma terrível parcela para o astuto agente ninja. Ao ser treinado para reconhecer uma miríade de sons diferentes sem realmente jamais ver a pessoa ou objeto que produzia o som, o ninja podia detectar perigo iminente. Sendo capaz de distinguir qualquer som que ele ouvisse, tais como uma porta sendo aberta ou fechada ou passos ouvidos à distância, podia julgar não só em que direção ele estava indo, mas também que tipo de pessoa ele teria que enfrentar. O chiado do couro contra o bambu, embora ouvido suavemente, podia talvez indicar que um samurai estava se aproximando e este som de cintos de couro em sua armadura pressionando contra a placa do peito do samurai prepararia o ninja para o ataque de surpresa. A medida que uma criança ninja alcançava seus anos formativos, ele seria capaz de entrar num quarto cheio de pessoas adormecidas e instantaneamente saber, ao ouvi-los respirar, quantos corpos estavam no aposento. Para o ouvido treinado a respiração rítmica reveladora das pessoas adormecidas também capacitava o ninja para distinguir um sono leve ou pesado, em como um sono falso de um genuíno. E ficando alerta até para os mínimos detalhes que o ninja era capaz de se esgueirar silenciosa e invisivelmente nos castelos e fortalezas mais fortificados e realizar com sucesso sua missão sem ser percebido. Entre as muitas habilidades no treinamento ninja, nenhum era mais importante do que o da ação. Pois, como todos os espiões, toda sua segurança dependia de quão bem ele podia assumir o disfarce particular que estava adotando em sua busca de espionagem, quer como um sacerdote, um comerciante ou mesmo um ronin (samurai sem mestre). No Japão feudal, o movimento era muito restrito e os samurais em guarda e guardas de fronteira ficavam estacionados em toda a parte. Era uma época de suspeita e insurreição e os senhores locais viviam em constante temor de exércitos invasores de outras áreas tentando depô-los e tirar suas terras. Se um viajante não tivesse uma razão legal para estar numa área, ele era ou morto ou feito prisioneiro. Era neste tipo de atmosfera que o agente ninja tinha que tentar exercer seu negócio. Assim mera mente vestir-se e parecer-se com um sacerdote ou comerciante não era suficiente. Eles tinham que ser completamente proficientes nos maneirismos e atitudes das pessoas cuja forma eles tinham adotado. Um budista andarilho ou um sacerdote shinto era geralmente bem-vindo em todas as cortes e castelos. Assim um ninja nesta aparência teria que ser expert em cerimônias religiosas e ritos a fim de representar seu disfarce com sucesso. Para muitas pessoas o tempo envolvido em aprender as habilidades de ninjutsu parece extraordinariamente longo, mas quando se considera que as cento e uma coisas que eles tinham que dominar, pois salvariam suas vidas no futuro em muitas ocasiões, então o tempo se torna irrelevante. A constante atualização das técnicas era implementada com novas idéias e recentes inovações técnicas eram descobertas. Esta atualização incluía mudanças tanto em armamento, quanto a arte da guerra e também em melhoramentos.


(Por Filipe Avelar)